Se aproxima Samhaim, para alguns a Noite mais mágica do ano... Segundo dizem, os véus entre os Mundos estão abertos, e aqueles que estão no Subterrâneo podem vir até nós, e nós até eles tb... Dias para matar a saudade daqueles que já partiram, pessoas com as quais não podemos mais ter contato físico, conversar, beijar, abraçar... Mas não gosto da expressão "aqueles que perdemos". Isso jamais!
Meu pai, meu irmão, meus avós, e muitos amigos estão sempre comigo, em pensamentos, insights, sonhos... Me aconselhando, me dando força, me iluminando e, principalmente, ao perceber que eles continuam vivos (de uma outra forma), tenho uma vaga noção de como tudo é muito maior, muito além de nossas vidas materiais e nossos problemas cotidianos... Há mais, muito mais além! :)
Minha homenagem aqui no blog hoje vai para minha avó materna, Ernestina, mãe da minha mãe. Sinto uma tristeza muito grande, pois sua memória é muito apagada... Ela morreu muito jovem, com 30 anos (quase a minha idade, per Dio!). Foi em 1940. Minha mãe tinha apenas 8 meses de idade, e, segundo contam, meu avô, seu Júlio, saiu para trabalhar, deixando ela com a bebê, e, quando voltou á noitinha a encontrou caída no chão, e minha mãe brincando à seu lado.
Vai saber porquê as mulheres morriam tão jovens antigamente!... Certamente a vida no campo, nas fazendas, era muito judiada na época... trabalho pesado, muitos partos, medicina meio precária no interiorzão do Rio Grande do Sul.
O que fica, que sempre povoou minha imaginação - e da minha mãe tb, afinal, ela tb não a conheceu - é que diziam que ela era muito linda, tinha longos cabelos castanhos, ondulados, e olhos verdes iluminados. Contam que era muito simpática também, muito doce, e que cozinhava como uma verdadeira donna italiana (era filha de imigrantes). Ninguém que batia á sua porta saía sem tomar um café fresquinho e comer suas rosquinhas, seus doces...
Existem alguns outros lampejos de memória, fragmentos de histórias perdidas... Mas sinto tanto por não ter uma única foto dela!...
O que me cabe, então, é tentar me conectar á ela, sua memória, e preservar ao máximo o pouquinho de memória que tenho. Sinto a em meu sangue e sinto outras coisas que são mais intimas, coisas de bruxa, kkk
Enfim, pela memória de minha avó Ernestina e com as bençãos de Acca Larentia, regente de todos os Lares, parteira divina de Rômulo e Remo, Senhora dos Ancestrais, deixo esse post aqui.
Benvenuti nella vostra casa, la famiglia! Benedici noi con sapienza e amore! ♥